Esta moca...
Bate, bate eficazmente
como quem chama por mim
Será de mim ou desta gente?
De mim não é certamente
mas desta gente pode ser sim
Palavras Com Ingredientes Secretos
"Na presença de uma realidade extraordinaria a consciencia toma o lugar da imaginação" Chups & Seagull..
domingo
segunda-feira
E se eu cortar?
Olhos postos nas mãos
vejo uma faca
eu sei o que fazer com ela
ela sabe o que fazer comigo
Conto-lhe tudo
E não lhe conto nada
ela sabe simplesmente
ela sente me
deslizo os meus dedos
pelo seu corpo afiado
procuro uma ruga, algum sinal do passado
não encontro nada
ganho o gosto de segura-la
assim me assusto com ela
e depois acordo deitado a seu lado
e depois
cortou
Venha a próxima onda
Começo por pensar na vida que tive
e dou por mim a coçar a vontade de mudar
a atitude e sorrir para tudo
e dizer para mim, o tempo vai passar
Não sei o que pensar
Não sei o que dizer
Não sei o que achar
nada como um tiro nos cornos
para acordar!
E dou por mim desfeito
meio entretido
com o sangue e os miolos
a escorrerem pelo ouvido
Pingando o chão
de vermelho
vejo o reflexo de um ego
Fedelho
Não dá para voltar atrás
Não era isto que eu queria
Mas o que é que eu quero então
Um tiro na cabeça!
Fora do corpo
fora de mim (quem eu era)
agora sigo uma pista
já noutro corpo
descalço eu me encontro, deitado
Junto ao mar com o sol ao meu lado
na espera pela próxima onda
e dou por mim a coçar a vontade de mudar
a atitude e sorrir para tudo
e dizer para mim, o tempo vai passar
Não sei o que pensar
Não sei o que dizer
Não sei o que achar
nada como um tiro nos cornos
para acordar!
E dou por mim desfeito
meio entretido
com o sangue e os miolos
a escorrerem pelo ouvido
Pingando o chão
de vermelho
vejo o reflexo de um ego
Fedelho
Não dá para voltar atrás
Não era isto que eu queria
Mas o que é que eu quero então
Um tiro na cabeça!
Fora do corpo
fora de mim (quem eu era)
agora sigo uma pista
já noutro corpo
descalço eu me encontro, deitado
Junto ao mar com o sol ao meu lado
na espera pela próxima onda
sexta-feira
Uma cor diferente
Abres a boca e comes
veste a roupa e sais
Andas entre outros e trabalhas
regressas de um dia cansado e dormes
Acordas a meio da noite e sais
indicas o caminho a outra gente
devias-te de um buraco e não cais
chegas a casa diferente
Percepção
veste a roupa e sais
Andas entre outros e trabalhas
regressas de um dia cansado e dormes
Acordas a meio da noite e sais
indicas o caminho a outra gente
devias-te de um buraco e não cais
chegas a casa diferente
Percepção
quarta-feira
O momento
As peles estão sôfregas húmidas por ainda não estarem despidas
Os dentes rangem por quererem ser os lábios que beijam
Seus olhos fixam o vazio e assim caiem nas mãos e no sexo de quem os tem
Seus olhos fixam o vazio e assim caiem nas mãos e no sexo de quem os tem
De fio a pavio liberta-se uma força e garra brutal,
E assim revelam-se batentes defeituosos naquele normal
corrimento de vários tortuosos explosivos toques de aprazimento
É tudo uma contradição
jurar ficar e não aguentar a pressão do que foi dito
Chamam-lhe amar, gostar e adoração
Mas o que é senão uma absolvição de todo o mal
O tempo passa e estende-se a capa do corpo que o envolve
e criam-se marcas de uma luta até a morte
Ocorrem trocas fluídas de organismos microscópicos
Que dão vida a um novo apogeu de um gigante de inimaginável porte
Ali és capaz de aguentar tudo
e do silencio mudo vem o som
o som de entre o seios do mais belo corpo desnudo
o corpo do maior amor do mundo
terça-feira
inverossímil
Quero e fujo
sinto e vou
Voando por ai
avisto alvos
e dou cabo deles
enquanto sinto o vento
a meu favor
continuo por cima enquanto posso
assim continuarei
e o sabor...
Há, como me apetecia algo diferente
sair deste lugar
quente e frio
é tão divergente
tanta pedra
tanta gente
basta um olhar e entramos de frente
e lá vou correndo para a porta de traz
a meio do caminho
encontrei um rapaz
espetou-me um soco
e eu não fui capaz
de me manter em pé
Imagino uma saída daqui fulminante
quero perder o que ganhei
exasperante é a culpa que sinto
e nisso eu fui rei
coroei acções mal feitas
eu mesmo desejei o meu reino de volta
por um futuro prospero que eu assassinei
Vai e vem
Memória vai
Memória vem
o tempo cai
e como quem
não quer a coisa
a mudança transforma
É bonito contemplar o bonito
Mas não dá para viver assim
não se pode alimentar este delito
O tempo não espera para te apanhar
e quando pensas que o podes deixar passar
Ele já te apanhou
enquanto não olhavas
e tu pensavas que ias lá ficar?
onde tu estavas?
Onde estás tu agora?
segunda-feira
Cantamos assim
Felizes ficamos
os perdidos e achados
nós deixamos
e juntos nos fizemos assim
Não foi obrigado
foi sentido e com vontade
não foi exagerado
foi o que foi
Passado...
A fermentação é um processo de transformação de uma substância em outra
Eu chorei, dormi e fugi
Afastei, caguei e consumi
Desapareci, esqueci e inventei
Menti, transformei e criei
De novo chorei dormi mas desta vez senti
Acordei stressado e sorri
Olhei para cima e vi
Que nada é nosso só por ser
Nada se mantem tudo muda
O que se guarda desfaz-se
O que se deixa renasce
O que sobra fica
O que agora aqui fica
Antes do entretanto ele foi
Agarra mas não muito
Foge mas não esqueças
Vai sem medo
mas não te percas
Muita palavra
Muita afirmação
Prepotência e ponderação
Perspicácia e perseverança
Vai onde te leva o coração
Chama quem tu quiseres à atenção
E então?
A dúvida compromete a razão
Ou então não
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