Começo por pensar na vida que tive
e dou por mim a coçar a vontade de mudar
a atitude e sorrir para tudo
e dizer para mim, o tempo vai passar
Não sei o que pensar
Não sei o que dizer
Não sei o que achar
nada como um tiro nos cornos
para acordar!
E dou por mim desfeito
meio entretido
com o sangue e os miolos
a escorrerem pelo ouvido
Pingando o chão
de vermelho
vejo o reflexo de um ego
Fedelho
Não dá para voltar atrás
Não era isto que eu queria
Mas o que é que eu quero então
Um tiro na cabeça!
Fora do corpo
fora de mim (quem eu era)
agora sigo uma pista
já noutro corpo
descalço eu me encontro, deitado
Junto ao mar com o sol ao meu lado
na espera pela próxima onda
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